Pareceres Técnicos
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Navegando Pareceres Técnicos por Autor "NATJUS - TJMG"
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- ItemNT 2181 - 2021 - Azatioprina - Behçet - vasculite com acometimento ocular - NATJUS TJMG(2021-04-13) NATJUS - TJMGtrata-se de paciente de 42 anos, com DB apresentando vasculite com acometimento ocular desde Necessita de azatioprina, uso oral por no mínimo 2 anos, devido a risco de cegueira. A DB é uma doença rara e pode acometer a visão com inflamação do olho chamada de uveíte. A inflamação no olho vista na DB pode levar à cegueira irreversível naqueles que não tratam corretamente. O tratamento da uveíte na DB é feito, basicamente, com drogas imunossupressoras e corticosteróides. No SUS, o PCDT de uveíte não infecciosa que aborda o acometimento ocular da DB com uso de corticóides, azatioprina e ciclosporina e adalimumabe. Vale ressaltar que a disponibilização de azatioprina para esta doença feita por meio do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF). Assim o tratamento proposto da uveíte na DB é uma abordagem já contemplada no SUS inclusive previsto em PCDT, sendo esta demanda questão estritamente relacionada a gestão de assistência saúde pública, o que foge a finalidade do NATJUS -TJMG.
- ItemNT 2214 2021 - Imunoterapia injetável específica para veneno de formiga, vespa e abelha - alergia grave - NATJUS TJMG(2021-04-15) NATJUS - TJMGtrata-se criança de 6 anos, As picadas de insetos podem provocar reações alérgicas sistêmicas graves, por vezes fatais, que contribuem significativamente para a morbilidade e deterioraçao da qualidade de vida dos doentes. O grupo de insetos chamados himenópteros, compreende mais de 400 espécies de vespas, abelhas africanizadas e formigas, especificamente a Lava-Pés, comum em nossos jardins. Esses insetos são responsáveis por reações alérgicas graves, como a anafilaxia, que pode ser fatal. O veneno é injetado com uma simples ferroada, que pode levar uma pessoa à morte por asfixia ou choque. O diagnóstico de alergia a insetos é feito a partir do histórico de vida do paciente, exames sanguíneos e testes cutâneos e requer tratamento adequado, pois pode cursar com quadro anafilático grave. O tratamento envolve uso de medidas medicamentosas e não medicamentosas, sendo importantíssimo a exclusão ou diminuição da exposição aos agentes alérgenos. Há evidências que suportam que a educação e a autogestão do cuidado reduz a morbidade em crianças e adultos. O tratamento medicamentoso inclui o uso de drogas antihistamínicas, anti-inflamatórias e terapia alvo como no caso da asma. A IT representa uma das opções de tratamento contra alergias. A IT atua no sistema imune com o principal objetivo de diminuir o grau de sensibilização a determinadas substâncias e, assim, inibir as reações, por meio de dessensibilização. Tem se mostrado eficaz para a profilaxia de doença mediada por IgE atópica. Ressalta-se que só deve ser usada quando outras terapias são ineficazes e deve envolver a administração de alérgeno padronizado específico em um esquema de tratamento que assegure que uma quantidade adequada do alérgeno é injetado de acordo com um protocolo reconhecido. Está indicada em casos especiais de alergia nos quais o paciente não consegue evitar exposição aos alérgenos e em situações em que não haja resposta adequada ao tratamento farmacológico e nos pacientes que apresentam anafilaxia por veneno de picadas de insetos. A terapia fundamenta-se na administração de diversas doses, gradativas e cada vez mais concentradas, de extratos de alérgenos, aplicadas em intervalos regulares durante um longo período, que pode variar de um a cinco anos, até encontrar a tolerância clínica desses causadores de alergias em pacientes hipersensíveis, de forma a reduzir a sintomatologia após a exposição a determinado alérgeno. Uma das principais limitações para o sucesso do tratamento com a imunoterapia é o fato de que, normalmente, os pacientes hipersensíveis costumam ser alérgicos a mais de um tipo de substância, dificultando, assim, a identificação do alérgeno candidato à vacina. Além disso a adesão do paciente ao regime de tratamento pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso do tratamento, pois todo tratamento que necessita de longos prazos está sujeito a altas taxas de abandono. No SUS não existe PCDT para tratamento da alergia a picada de insetos.
- ItemNT 2226 2021 - Glargina e Humalog® (lispro) - diabetes mellitus tipo 1 - NATJUS TJMG(2021-04-12) NATJUS - TJMGtrata-se de paciente com diagnóstico de diabetes mellitus tipo 1, diagnosticado quando a paciente tinha 01 ano e meio de idade. Consta que foi prescrito o uso diário de insulina glargina e humalog, além de insulina convencional regular para correção. A prescrição tem a intenção de oferecer melhor qualidade de vida para que possa frequentar a escola. No caso concreto as informações apresentadas não revelam elementos técnicos que preencham critérios de inclusão no protocolo existente, assim também como não foram identificados elementos técnicos indicativos de imprescindibilidade de uso específico das insulinas análogas prescritas, em detrimento das opções terapêuticas regularmente disponíveis na rede pública (insulina convencional humana NPH e regular). A experiência mundial tem demonstrado que o bom controle glicêmico não se sustenta quando a monitorização adequada, educação continuada, intervenção multidisciplinar efetiva e a aderência ao tratamento não forem implementadas com sucesso.
- ItemNT 2251 2021 - Ustequinumabe - Doença de Crohn - NATJUS TJMG(2021-04-16) NATJUS - TJMGNo caso em tela, trata-se de pacientes de 53 anos, em acompanhamento gastroenterológico com Doença de Crohn ileocolônica, estenosante e penetrante, classificação de Montreal - A2B3L3, desde 2012. Fez uso de mesalazina até 2016, sem melhora clínica e em 2018, azatioprina, porém com manutenção da atividade doença. Em 2019 iniciado adalimumabe na tentativa de remissão da doença, com melhora parcial clínica, porém com entero Tc inferindo doença padrão multifocal, com processo inflamatório em atividade e trajetos fistulosos, que permaneceu nas enteros Tc posteriores. Mantendo calproteína fecal 618. Tentado otimização de infliximbe, mas paciente apresentou quadro de reação cutânea anti-TNF infliximabe, sendo suspenso esta droga. Diante do exposto associado a falha terapêutica ao adalimumabe e reação cutânea ao infliximabe, solicitado Ustequinumabe 130mg EV 3 ampolas no primeiro mês e posteriormente 90mg SC a cada 8 semanas. No SUS o PDCT da DC reconhece que o uso de sulfassalazina, mesalazina e antibióticos não têm ação uniforme ao longo do trato gastrointestinal, enquanto imunossupressores, corticoides, e terapias anti-TNF parecem ter uma ação mais constante em todos os segmentos gastrointestinais. No tratamento de indução de remissão da DC na fase aguda leve a moderada pode ser usado sulfasalazina ou corticóides. Pacientes com doença colônica ou ileocolônica que se tornem intolerantes ao uso da sulfassalazina podem utilizar mesalazina, que tem na literatura tem demonstrado efeito marginal nesta doença. Pacientes com doença moderada a grave devem ser tratados com prednisona ou mesmo metilprednisolona. A azatioprina também é eficaz em induzir a remissão da DC, sendo também indicado para pacientes com recorrência dos sintomas, sendo eficaz tanto na indução como na manutenção da remissão. Pacientes que não respondem a azatioprina após 10 semanas de uso em doses adequadas, deve-se considerar a associação de alopurinol. Para pacientes com IHB igual ou superior a 8, sem resposta clínica significativa aos corticosteroide após 6 semanas; à azatioprina mais alopurinol; ao metotrexato; com contraindicação ou intolerância a corticosteroide e imunossupressor, pode ser considerada a terapia de indução com anti- TNF: infliximabe, adalimumabe ou certolizumabepegol. Pacientes em tratamento de manutenção que tiverem perda de resposta podem mudar de agente anti-TNF. O medicamento vedolizumabe (Entyvio®) apresenta-se como candidato potencial para esta lacuna, desde que atendidos os requisitos de eficácia, segurança, custo-efetividade e impacto orçamentário para o SUS, entretanto ressalta que o horizonte tecnológico aponta ainda que há terapias com diferentes mecanismos de ação e com via de administração oral em desenvolvimento, estando sobre consulta pública pela CONITEC. O ustequinumabe é um inibidor seletivo de IL-12 e 23, aprovado pela ANVISA para psoríase, artrite psoriásica, estando nesta indicação incorporado ao SUS e na DC ativa de moderada a grave, que tiveram uma resposta inadequada, perda de resposta ou que foram intolerantes à terapia convencional ou ao anti-TNF-alfa ou que tem contraindicações para tais terapias, indicação sem incorporação ao SUS. O Guideline da ECCO considera evidencia de baixa qualidade, com recomendação fraca para seu uso em pacientes com doença moderada/severa que falharam com terapia anti-TNF. Conforme revisões da Cochrane existem evidências de moderada/alta qualidade sugerem sua eficácia na indução da remissão clínica e melhora clínica em pacientes com DC moderada a grave, Entretanto as revisões salientam que futuros estudos são necessários para determinar a eficácia a longo prazo e a segurança do ustequinumabe subcutâneo como terapia de manutenção.