NT 2251 2021 - Ustequinumabe - Doença de Crohn - NATJUS TJMG
Nenhuma Miniatura disponível
Data
2021-04-16
Autores
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
No caso em tela, trata-se de pacientes de 53 anos, em
acompanhamento gastroenterológico com Doença de Crohn ileocolônica,
estenosante e penetrante, classificação de Montreal - A2B3L3, desde 2012.
Fez uso de mesalazina até 2016, sem melhora clínica e em 2018,
azatioprina, porém com manutenção da atividade doença. Em 2019 iniciado
adalimumabe na tentativa de remissão da doença, com melhora parcial
clínica, porém com entero Tc inferindo doença padrão multifocal, com
processo inflamatório em atividade e trajetos fistulosos, que permaneceu
nas enteros Tc posteriores. Mantendo calproteína fecal 618. Tentado
otimização de infliximbe, mas paciente apresentou quadro de reação
cutânea anti-TNF infliximabe, sendo suspenso esta droga. Diante do
exposto associado a falha terapêutica ao adalimumabe e reação cutânea ao
infliximabe, solicitado Ustequinumabe 130mg EV 3 ampolas no primeiro
mês e posteriormente 90mg SC a cada 8 semanas.
No SUS o PDCT da DC reconhece que o uso
de sulfassalazina, mesalazina e antibióticos não têm ação uniforme ao
longo do trato gastrointestinal, enquanto imunossupressores, corticoides, e
terapias anti-TNF parecem ter uma ação mais constante em todos os
segmentos gastrointestinais. No tratamento de indução de remissão da DC
na fase aguda leve a moderada pode ser usado sulfasalazina ou
corticóides. Pacientes com doença colônica ou ileocolônica que se tornem
intolerantes ao uso da sulfassalazina podem utilizar mesalazina, que tem na
literatura tem demonstrado efeito marginal nesta doença. Pacientes com
doença moderada a grave devem ser tratados com prednisona ou mesmo
metilprednisolona. A azatioprina também é eficaz em induzir a remissão da
DC, sendo também indicado para pacientes com recorrência dos sintomas,
sendo eficaz tanto na indução como na manutenção da remissão.
Pacientes que não respondem a azatioprina após 10 semanas de uso em
doses adequadas, deve-se considerar a associação de alopurinol. Para
pacientes com IHB igual ou superior a 8, sem resposta clínica significativa
aos corticosteroide após 6 semanas; à azatioprina mais alopurinol; ao
metotrexato; com contraindicação ou intolerância a corticosteroide e
imunossupressor, pode ser considerada a terapia de indução com anti-
TNF: infliximabe, adalimumabe ou certolizumabepegol. Pacientes em
tratamento de manutenção que tiverem perda de resposta podem mudar de
agente anti-TNF. O medicamento vedolizumabe (Entyvio®) apresenta-se como
candidato potencial para esta lacuna, desde que atendidos os requisitos de
eficácia, segurança, custo-efetividade e impacto orçamentário para o SUS,
entretanto ressalta que o horizonte tecnológico aponta ainda que há
terapias com diferentes mecanismos de ação e com via de administração
oral em desenvolvimento, estando sobre consulta pública pela CONITEC.
O ustequinumabe é um inibidor seletivo de IL-12 e 23, aprovado pela
ANVISA para psoríase, artrite psoriásica, estando nesta indicação incorporado
ao SUS e na DC ativa de moderada a grave, que tiveram uma resposta
inadequada, perda de resposta ou que foram intolerantes à terapia convencional
ou ao anti-TNF-alfa ou que tem contraindicações para tais terapias, indicação
sem incorporação ao SUS. O Guideline da ECCO considera evidencia de
baixa qualidade, com recomendação fraca para seu uso em pacientes com
doença moderada/severa que falharam com terapia anti-TNF. Conforme
revisões da Cochrane existem evidências de moderada/alta qualidade
sugerem sua eficácia na indução da remissão clínica e melhora clínica em
pacientes com DC moderada a grave, Entretanto as revisões salientam que
futuros estudos são necessários para determinar a eficácia a longo prazo e
a segurança do ustequinumabe subcutâneo como terapia de manutenção.
Descrição
Palavras-chave
Doença de Crohn, Ustequinumabe