NT 2024.0005269 Fratura exposta e deiscencia de ferida OHB - NATJUS TJMG
Carregando...
Data
2024-04-29
Autores
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
Em suas diretrizes a SBMH sugere o uso de OHB, nas seguintes
situações, estando ou não associada infecção e co o medida
complementar: pós-operatório imediato com deiscências totais ou
parciais de feridas; presença de sinais de sofrimento tecidual
pericicatricial; presença de indicativo de sofrimento tecidual
pericicatricial; paciente tabagista ou ex-tabagista, com comodidade,
imunossupressão e com provável evolução para deiscência parcial ou
total de ferida. Nestas situações, deve-se iniciar o protocolo de tratamento
de uma sessão ao dia até a melhora clínica podendo, em casos mais
graves, ser realizadas 2 sessões ao dia nos primeiros 3 dias e revisar a
utilização da OHB após 10 dias de tratamento. O tratamento deve ser
suspenso se o paciente apresentar efeitos colaterais ou complicações
insuperáveis associadas ao tratamento hiperbárico, na ausência de
melhora da lesão após 10 dias, tratamentos consecutivos ou se houver
fechamento da lesão. O Consenso Europeu de Medicina Hiperbárica
sugere o uso de OHB no tratamento de enxerto de pele e retalho
(recomendação tipo 2, nível C) e em todos os casos de enxertos e retalhos
comprometidos o mais rápido possível após o diagnóstico
(recomendação Tipo 1 evidência de nível B). No SUS, a CONITEC/2018
considerou que havia grande incerteza a respeito da eficácia da OHB
como tratamentos adjuvante de úlceras em indivíduos diabético, não
sendo recomendado sua incorporação ao SUS. Entretanto, existem
protocolos regionais, como do estado do Espirito Santo e da cidade de São
Paulo que tratam de parâmetros regulatórios para o uso de OHB, incluindo
o seu uso como adjuvante no tratamento do pé diabético. Também a ANS
reconhece o uso da OHB como terapia complementar das celulites ou
miosites necrotizantes, com classificação de gravidade II, conforme a
Escala USP de Gravidade, mas não em feridas agudas com deiscência,
como citado pela médica assistente, especialista em medicina
hiperbárica. O SUS oferta tratamento integral ao
indivíduo das úlceras crônicas e feridas agudas, descrito em manual. O
tratamento específico preconizado para as úlceras envolve o uso de
terapias tópicas; a troca periódica de curativos; a limpeza das feridas; o
desbridamento; o tratamento de infecções bacterianas e fúngicas;
drogas com intuito de melhorar o fluxo sanguíneo para a extremidade
afetada como antiagregantes plaquetários, vasodilatadores, anticoagulantes,
hipolipemiantes e drogas anti-hipertensivas e cirurgias. Também os
protocolos de outros países citam estas mesmas modalidades de
tratamento para o tratamento de feridas agudas.
É importante considerar que o tratamento pleiteado não está
recomendado pela CONITEC no SUS e que a despeito da indicação de
OHB, não há justificativas técnicas que evidencie a necessidade
absoluta deste tratamento, ainda que a paciente já tenha recebido o
mesmo pelo SUS. É importante ressaltar que já houve contração da
ferida que agora tem área de 6X3,1 cm o que não mais permite sua
classificação como grupo III, 11 pontos na escala de USP de gravidade.A
OHB não é isenta de riscos de complicações graves inclusive piora do
caso e óbito.