NT 2024.0006788 e 7249 (Repetidas) Sarcoma de Ewing Pazopanibe - NATJUS TJMG
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Data
2025-04-14
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Resumo
O sarcoma de Ewing é uma neoplasia óssea de comportamento
biológico bastante agressivo, que corre preferencialmente homens, com
um pico de incidência aos 12 anos. Como é tumor muito agressivo, a
doença metastática é detectada em cerca de 20% a 30% dos casos ao
diagnóstico. As metástases ocorrem normalmente nos pulmões (50%),
osso (28%) ou medula óssea (13%). A presença de metástases no
diagnóstico é o fator prognóstico adverso mais importante. São fatores
no diagnóstico que se correlacionaram significativamente com um
resultado pior: pessoas com mais de 13 anos, sexo masculino, massa
tumoral maior que 8 cm ou volume tumoral maior que 150-200 mL, mais
de um local metastático ósseo, metástases da medula óssea e
metástases pulmonares adicionais. A presença apenas de metástases
pulmonares tem um melhor prognóstico. A sobrevida em dez anos varia de
50% a 70% e a RM tem papel importante na monitoração da resposta à
quimioterapia. O tratamento padrão envolve QT de indução multiagente
seguida de tratamento local com cirurgia, RT definitiva ou uma
combinação de cirurgia e RT seguida de QT adicional e consolidação de
tratamento local para locais metastáticos. Pacientes com doença
metastática recebem adicionalmente tratamento local para locais
metastáticos, que inclui irradiação pulmonar inteira em pacientes com
metástases pulmonares. A quimioterapia padrão é realizada com cinco
medicamentos com VDC e IE. Na recidiva é proposto o uso da
combinação de topotecano e ciclofosfamida, ativa na família de
tumores de sarcomas de Ewing recidivados.
O sarcoma de Ewing refratário recorrente ou metastático, como
neste caso é geralmente fatal e não tem cura . Dado o sucesso limitado da
QT citotóxica neste cenário, os esforços de pesquisa se concentraram
recentemente na identificação de aberrações moleculares direcionadas
que poderiam desempenhar um papel na patogênese desta doença. A
importância da angiogênese é sugerida pelos altos níveis séricos VEGF
A em metade dos pacientes com sarcoma de Ewing. O VEGF-A, por sua
vez, contribui para o crescimento e metástase tumoral.
O pazobanibe é um medicamento usado no tratamento do câncer
da classe dos antiangiogênicos. É um inibidor de tirosinaquinase de
múltiplas alvos, com efeitos antiangiogênicos proeminentes, que bloqueia
as várias enzimas celulares tirosinaquinase do VEGFR e do PDGFR
importantes no crescimento e na sobrevivência celular. É um inibidor
da angiogênese disponível por via oral que tem como alvo o VEGFR-1,
2 e -3, PDGFR-α e -β e c-kit. Seu mecanismo de ação tem como principal
alvo, o crescimento endotelial vascular, por via do receptor desse
crescimento, inibindo acima a angiogênese tumoral, resultando no
impedimento direto do crescimento das células de tumorais.
Consequentemente demonstrou capacidade de inibir o crescimento do
tumor, causar diminuição do tumor, e/ou inibir a progressão do câncer
metastático. Seu uso clínico, está relacionado a melhora clínica em
pacientes com câncer renal e subtipos de sarcoma de partes moles, de
modo que tem sido avaliado, em vários ensaios clínicos protocolados. Tem
indicação em bula ANVISA no tratamento de CCRm avançado; em
subtipos específicos de STS avançado que receberam quimioterapia
prévia para doença metastática ou que tenham progredido dentro de 12
meses após a terapia neoadjuvante ou adjuvante. Não tem indicação em
bula no sarcoma ósseo e seu uso é considerado off label neste tipo de
tumor. Nos Estados Unidos o FDA aprovou o Votrient (pazopanib) para
tratar pacientes com sarcoma avançado de tecidos moles que
receberam quimioterapia anteriormente, com base nos estudos Esses
agentes mostraram eficácia em diferentes estudos de fase II e fase III
randomizado PALETTE. Foi incorporado ao SUS para o tratamento de
CCR em 2018.