NT 2023.0003905 Tumor de celulas gigantes Denosumabe - NATJUS TJMG

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Data
2023-09-14
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Resumo
No caso em tela, trata-se de paciente com 21 anos, apresentando dor no ombro esquerdo há 3 meses e deslocamento do mesmo em 12/08/2021. Rx de ombro revelou tumoração de ombro esquerdo. Tc de ombro esquerdo mostrando lesão radiolucente metafisária proximal, sugestiva de tumor de células gigantes, fratura patológica de colo de úmero esquerdo com desvio lateral do fragmento distal. Biópsia de fragmento ósseo realizada em 24/08/2021 revelou tratar tumor de células gigantes CAMPANACCI 3. Submetida a ressecção do tumor ósseo e osteossintese com hastes de Ender com coleta de material para anátomo patológico em 25/09/2021. Solicitado a liberação e fornecimento de denosumabe 60mg, 2 ampola/mês, incialmente 3 à 6 meses, podendo ser prorrogado indefinidamente, para evitar recidiva local, comprometimento da articulação e do membro. Caso julgado e concedido tutela de urgência, tendo sido fornecido pela Prefeitura Municipal de Juatuba 6 ampolas do medicamento em 29/11/2021. Não existe cura para o TCG. O tratamento ainda é um grande desafio, porém existe consenso que ele deva ser indicado o mais precocemente possível. O tratamento padrão é preferencialmente a cirurgia de curetagem/ressecção intralesional nas lesões iniciais associada a terapia adjuvante local e ressecção com reconstrução para lesões excêntricas. Seu objetivo é o controle local do tumor com completa ressecção tumoral, preservação da arquitetura óssea e função articular, mantendo funcional da articulação nativa e a qualidade de vida. O denosumabe é um anticorpo monoclonal humano que atua ligando e inibindo o RANKL que tem demonstrado ser uma terapia promissora no tratamento tumores irressecáveis ou naqueles que a cirurgia determinará morbidade severa já aprovado pelo FDA e EMA para esse uso. Exerce papel inibitório ao nível do RANKL na osteoclastogênese, e estimula a osteoblastogênese através da inibição do DKK1. Embora tenha sido aprovado como agente anti-reabsortivo para TCG ósseo, esteja entre as terapias medicamentosas mais eficazes em oncologia e pareça eficaz para a otimização do tratamento cirúrgico, sua eficácia não foi comprovada e várias questões referentes à dose ideal de tratamento, duração e intervalo e segurança do medicamento permaneçam sem resposta, demonstrando a necessidade de mais pesquisa. Os estudos iniciais sustentam a hipótese de que seu uso abre um novo horizonte de terapia associada a uma menor morbilidade para esse tumor, que deve ser considerada no tratamento multidisciplinar padrão principalmente do TCG avançado (destruição cortical, extensão de tecido mole, envolvimento articular ou localização sacral), recorrente, irressecável ou em localização de difícil acesso cirúrgico, visando não só controle local imediato mas facilitar a cirurgia posterior. Assim sua capacidade de complementar ou substituir a cirurgia, está sendo examinada agora em estudos alargados para determinar seu verdadeiro potencial, bem como sua segurança, o que poderá afetar significativamente o algoritmo de tratamento dos tumores ósseos. Esta droga não está disponível no SUS. O SUS disponibiliza drogas como bifosfonatos e outras opções menos preferíveis devido ao seu perfil de toxicidade como a quimioterapia citotóxica usando ifosfamida, ciclofosfamida, doxorrubicina e cisplatina e interferon.
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