NT 2024.0006777 Ca de colon Cetuximabe - NATJUS TJMG

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2024-11-25
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Resumo
O cetuximabe é um anticorpo monoclonal quimérico que age como um antagonista competitivo ligando-se ao domínio extracelular do recepto EGFR, bloqueando desta forma a regulação do crescimento e da proliferação celular, atuando como antineoplásico. Tem indicação segundo a Anvisa para o tratamento de pacientes com câncer CCRm RAS não mutado e com expressão do receptor do EGFR; em combinação com quimioterapia à base de irinotecano ou com oxaliplatina mais 5- fluoruracila e ácido folínico em infusão contínua; como agente único em pacientes com falha da terapia convencional de oxaliplatina e irinotecano, ou intolerantes ao irinotecano. Também é indicado no carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço É importante destacar que, a atividade de anticorpos anti-EGFR, como o panitumumabe e cetuximabe, é restrita aos tumores com RAS selvagem, não sendo recomendado seu uso em RAS mutante. Os membros da CONITEC presentes em sua 61a reunião ordinária, no dia 09 de novembro de 2017, deliberaram, por unanimidade, por não recomendar o cetuximabe para o tratamento do CCRm RAS selvagem com doença limitada ao fígado em primeira linha. Apesar de haver correlação, o cetuximabe não se mostrou superior ao tratamento já disponível, mesmo em evidências adicionais. Estudo de fase II OPUS avaliou a adição de cetuximabe ao FOLFOX, evidenciando aumento na taxa de resposta (61% versus 37%; p=0,011), discreto aumento na SLP e sem ganho na SG. Estudo de fase III MRC Coin não demonstrou ganho de SG mas sim um discreto incremento na taxa de resposta (57% versus 64%; p = 0,049) com a adição do cetuximabe a oxaliplatina. Embora o estudo de fase III NORDIC VII não tenha demonstrado nenhuma vantagem da associação de cetuximabe ao esquema FLOX, o estudo fase III CALGB 80405 comparou FOLFOX/FOLFIRI com cetuximabe ou bevacizumabe, com SG semelhante entre os grupos, em torno de 29 meses. O benefício da adição do cetuximabe ao FOLFIRI foi demonstrado no estudo de fase III, Crystal. Estudos da Cochrane mostram que a adição de EGFR como o cetuximabe à quimioterapia ou aos melhores cuidados de suporte melhora a SLP (evidência de moderada a alta qualidade), SG (evidência de alta qualidade) e taxa de resposta tumoral (evidência de moderada a alta qualidade) mas pode aumentar a toxicidade em pessoas com CCRm de tipo selvagem KRAS exon 2 tipo selvagem ou estendido RAS (evidência de qualidade moderada). A pesquisa mostrou que pessoas com mutações no KRAS não podem beneficiar destes medicamentos (mutante KRAS), mas os que não têm mutações (tipo selvagem KRAS) beneficiam. Também sugerem que pessoas com mutações em outro gene relacionado (NRAS) podem não se beneficiar dessas drogas, ou seja, os pacientes não precisam ter nenhuma mutação em KRAS ou NRAS (conhecido como 'tipo selvagem estendido RAS'). Também as pesquisas mostraram que o aumento da SLP de doença e SG refletem aumento de meses das mesmas de 2,3 a 24,4 meses, que significam ganho real em relação ao tratamento proposto pelo SUS de 6 a 9 meses. Vale ressaltar que o paciente não demonstrou o uso de todas as alternativas de tratamento disponíveis no SUS, para casos de doença avançada sem possibilidade de cura. É importante destacar que no estágio metastático, os pacientes têm prognóstico bastante reservado e como referido pelo médico assistente o tratamento é paliativo, assim não visa a cura, a doença é grave com sobrevida variável a depender do comportamento da doença, do próprio paciente e do tratamento instituído. Pode apresentar inclusive comportamento agressivo e fatal. Assim os tratamentos devem procurar aumento em sua qualidade de vida, fato desejado com esta terapia solicitada. Entretanto o uso do tratamento de QT paliativa com Cetuximabe, como demonstrado nos estudos, o aumento da SLP de doença e SG refletem aumento de meses das mesmas de 2,3 a 24,4 meses, que significam ganho real em relação ao tratamento proposto pelo SUS de 6 a 9 meses, sem capacidade de evitar deterioração da qualidade de vida, sem possibilidade de cura, as custas de algum efeito colateral e um alto custo econômico. O próprio estudo citado pelo médico assistente demonstra que cetuximabe adicionado ao FOLFIRI no CCR com KRAS tipo selvagem resultou em melhorias da SGa mediana de 23,5 versus 20,0 meses; ou seja 3,5 meses e de SLP de mediana, 9,9 versus 8,4 meses; ou seja 1,5meses em comparação com FOLFIRI sozinho. Assim não há evidência de um real benefício em termos de qualidade de vida e SG ou SLP com o uso desta droga, em relação aos melhores cuidados paliativos disponíveis no SUS que sustente sua imprescindibilidade ou urgência no caso em tela.
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