NT 2024.0005012 Dieta cetogenica Epilepsia - NATJUS TJMG
Data
2024-03-06
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Resumo
A cetose é um parâmetro importante, que deve ser acompanhado
rigorosamente nos primeiros meses de adoção da dieta cetogênica. No
decorrer do tratamento, quando a DC já está bem estabelecida, o paciente
aceita bem a dieta e os familiares/cuidadores já se acostumaram com o
preparo, podemos medir a cetose menos frequentemente. Essa medida ao
longo do tratamento é importante principalmente quando o número de
crises epilépticas aumenta, para verificar alterações da cetose e
escapes da DC. Quando os níveis cetônicos estão elevados podem
levar a taquicardia, taquidipneia, rubor facial, irritabilidade, vômitos,
letargia e recusa alimentar. Entretanto na diabetes mellitus, como no
caso em tela, os altos níveis de glicemia, podem determinar um
aumento dos corpos cetônicos, que associado a DC podem a cetose
levando a acidose metabólica. Assim o manejo da cetonemia em
paciente diabético com epilepsia em uso de DC ganha relevância
clínica, sendo indicado a sua aferição. A cetose pode ser aferida no
sangue ou na urina e nos caos de DC tende a estabilizar com 20 dias. Sua
medição no sangue tem acurácia maior e não é afetada pela diluição
da urina ou outras alterações do balanço hídrico que possam ocorrer.
É feita por meio do sangue capilar, com aparelho (o mesmo utilizado
para medir a glicose no sangue) e fita apropriada para a medida da
cetose. Deve ser feita duas vezes ao dia. A medição da cetose na urina
é realizada com fita apropriada, e, inicialmente, orientamos sua
aferição quatro vezes ao dia, antes das refeições. Nem todos os
medidores têm a capacidade de testar glicemia e cetonas, por isso pode
ser preciso de tiras de teste especiais para fazer a pesquisa de corpos
cetônicos. O Monitor FreeStyle® Libre, é um aparelho de monitorização
contínua da glicemia, produzido pelo laboratório ABBOTT, que
consiste em uma nova tecnologia que captura as informações do
sensor em um rápido scan e as apresenta em gráficos e relatórios de
fácil entendimento. Não disponível no SUS. O sistema representa maior
comodidade para o paciente, uma vez que não requer a punção capilar a
cada medida da glicemia e cetonemia. Existem limitações das novas
metodologias que devem ser consideradas: a diferença fisiológica
existente entre os valores de glicemia ou cetonemia capilar e do
líquido intersticial; situações em que as taxas de glicemia variam
rapidamente, seja com aumento ou diminuição dos níveis glicêmicos, essa
diferença pode se tornar significativa. Como alternativa, o SUS
disponibiliza todos os insumos necessários para a automonitorização
da glicemia capilar (AMGC), ou seja, o aparelho para aferição capilar de
glicose (glicosímetro), tiras reagentes e lancetas, que permitem ao
usuário e/ou ao cuidador fazer as verificações do nível de glicose capilar ao
longo do dia, quantas vezes forem necessárias e tiras de medição da
corpos cetonicos urinários. Somente o Distrito Federal fornece o
aparelho FreeStyle para diabéticos em situações especiais previstas
em protocolo.
Quanto a demanda de neuropediatra, terapia ocupacional,
psicologo e psicopedagoga, o SUS oferece estes serviços, sendo uma
solicitação de tratamento/procedimento não contemplado ou diverso
pelo SUS e que requeira avaliação de imprescindibilidade, substituição
ou não pelo NATJUS, mas trata-se de tratamento disponível no SUS,
sendo necessário a melhor articulação de fluxos para sua realização,
competência esta, como já dito, do gestor local o Município de Ipatinga.