NT 2024.0005541 Obesidade Gastroplastia- NATJUS TJMG
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Data
2024-08-01
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Resumo
Compreende-se por tratamento clínico longitudinal, a orientação e apoio
para mudança de hábitos de vida, realização de dieta, realizado por
profissional especializado (médico ou nutricionista), em associação da
prescrição de atividade física e atenção psicológica e, se necessário,
farmacoterapia, realizado por no mínimo dois anos.
Para se candidatar a cirurgia bariátrica além das indicações
acima, o paciente e seus responsáveis devem compreender todos os
aspectos do tratamento e assumirem o compromisso consciente em
participar de todas as etapas da programação, com avaliação pré operatória rigorosa (psicológica, nutricional, cardiológica, endocrinológica,
pulmonar, gastro-enterológica, clínica e anestésica). Também deve se
comprometer com o segmento pós-operatório, que deve ser mantido
por tempo a ser determinado pela equipe.
No SUS a obesidade é considerada como doença crônica multifatorial
e importante fator de risco, devendo ser tratada de forma integrada às ações
previstas em políticas de enfretamento às doenças crônicas não
transmissíveis, de alimentação/nutrição, saúde na escola e práticas
integrativas e complementares. A linha de cuidado integral ao obeso, nos
sistemas de saúde está organizada e estruturada com ações de promoção,
prevenção e assistência à saúde conforme o estado nutricional do
indivíduo segundo seu IMC. Levando em consideração que, no âmbito do
SUS, a obesidade é tratada como fator de risco e como doença, o PCDT
do Sobrepeso e Obesidade em adultos do SUS traz um conjunto de
recomendações para qualificar a atuação dos gestores, das equipes e dos
profissionais de saúde que atuam na Atenção Primária para atenção aos
casos de sobrepeso e obesidade. Também na Saúde Suplementar esta
qualificação abrange uma equipe multiprofissional responsável pela
linha de cuidado, necessária a abordagem da obesidade. A finalidade do
tratamento da obesidade/sobrepeso é alcançar uma série de objetivos
globais em curto e longo prazo. Assim busca os seguintes resultados:
diminuição da gordura corporal, preservando ao máximo a massa
magra; promoção da manutenção de perda de peso; impedimento de
ganho de peso futuro; educação alimentar e nutricional que vise à perda
de peso, por meio de escolhas alimentares adequadas e saudáveis;
redução de fatores de risco cardiovasculares associados à obesidade
(HA, dislipidemia, pré-diabete ou DM); resultar em melhorias de outras
comorbidades (apneia do sono, osteoartrite, risco neoplásico, etc.);
recuperação da autoestima; aumento da capacidade funcional e da
qualidade de vida.
Neste contexto, os indivíduos com IMC > 35 kg/m², como no caso
em tela, com comorbidades, tais como pessoas com alto risco DCV, DM
e/ou HAS de difícil controle, apneia do sono, hipertrigliceridemia e/ou
hipercolesterolemia, doenças articulares degenerativas, colelitiase, refluxo
gastroesofágico patológico, várias formas de depressão, dificuldades no
relacionamento social ou de atividade laborativa, infertilidade ligada a
obesidade e muitas outras conforme CFM, sem sucesso no tratamento
clínico longitudinal realizado por no mínimo dois anos e que tenham
seguido protocolos clínicos, tem indicação da abordagem da obesidade
com tratamentos que incluem intervenções cirúrgicas e clínicas, de
forma que os procedimentos cirúrgicos são hoje considerados de maior
eficácia em curto e longo prazo para a redução de peso, remissão de
comorbidades e melhoria na qualidade de vida e estão disponíveis na
Saúde Suplementar. Entretanto o tratamento da obesidade não tem
caracter de urgência/emergência, mas de relevância clínica, já que tem
a finalidade de melhorar qualidade e tempo de vida do obeso,
resolvendo problemas de ordem psicossocial e física que o excesso de
peso acarreta.