NT 2024.0006489 Aripiprazol - NATJUS TJMG
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Data
2025-01-21
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Resumo
Aripiprazol: medicamento não disponível na rede pública. É um
medicamento da classe dos antipsicóticos atípicos (2ª geração), seu
mecanismo de ação não é bem conhecido. O aripiprazol é um antagonista
parcial dos receptores dopaminérgicos e, dependendo da concentração
plasmática, age ou como agonista ou como antagonista serotoninérgico. Foi
proposto que a eficácia do aripiprazol é mediada por uma combinação da
atividade agonista parcial nos receptores D2 e 5-HT1A e da atividade
antagonista nos receptores 5-HT2A. Interações com outros receptores fora D2,
5-HT1A e 5-HT2A podem explicar alguns dos outros efeitos clínicos de
aripiprazol (por ex.: a hipotensão ortostática observada com o uso do
aripiprazol, pode ser explicada por sua atividade antagonista nos receptores
adrenérgicos alfa-1). Apesar de apresentar menos efeitos adversos
extrapiramidais, ele está mais associado a efeitos adversos cardiometabólicos,
como ganho de peso.
O aripiprazol possui registro na ANVISA com indicação de bula para o
tratamento da esquizofrenia, em monoterapia para o tratamento agudo e de
manutenção de episódios de mania e mistos associados ao transtorno bipolar
do tipo I em adultos, também indicado como terapia adjuntiva ao lítio ou
valproato para o tratamento agudo de episódios de mania ou mistos
associados ao transtorno bipolar do tipo I, com ou sem traços psicóticos.
O aripiprazol demonstrou eficácia similar aos demais antipsicóticos em
estudos de esquizofrenia em geral e, nos casos de esquizofrenia refratária,
também não demonstrou superioridade em relação aos demais antipsicóticos.
Não há evidência que sustente a superioridade do aripiprazol em relação à
risperidona tanto em eficácia quanto em efeitos adversos.
A esquizofrenia é uma doença heterogênea e não apresenta um curso
evolutivo uniforme. Seu prognóstico depende de inúmeros fatores como idade
de início, sexo, carga genética, início de tratamento, resposta ao fármaco, fatores estressantes familiares e sociais, etc. Sendo assim, é difícil haver um
consenso a favor deste ou daquele medicamento. Por enquanto, o único
consenso que existe na literatura psiquiátrica é a favor da clozapina nos casos
de esquizofrenia refratária, isto é, que não responde aos fármacos usuais.5
No caso concreto, não foram identificados elementos técnicos que
permitam afirmar contraindicação e/ou refratariedade às alternativas
terapêuticas farmacológicas regularmente disponíveis na rede pública. Não
foram identificados elementos técnicos que permitam afirmar
imprescindibilidade de uso específico do aripiprazol em detrimento das
alternativas farmacológicas regularmente disponíveis na RENAME 2022 - SUS.