NT 2024.0005309 Paliperidona - esquizofrenia - NATJUS TJMG
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2024-04-01
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Resumo
É importante mencionar que o tratamento farmacológico da
esquizofrenia a longo prazo é um grande desafio, devido a grande dificuldade
de aderência por grande parte dos pacientes (taxas chegam a 50%). A baixa
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aderência ocorre tanto pelo quadro mórbido em si, quanto pela presença de
efeitos colaterais e pela necessidade do uso contínuo dos fármacos por toda a
vida a partir de estabelecido o diagnóstico. A não adesão à terapêutica
antipsicótica está associada ao pior prognóstico, maior probabilidade de
recaídas, de re-hospitalizações e aumento no consumo de recursos no setor
da saúde.
O Palmitato de Paliperidona (Invega Sustenna® 150 mg) é um agente
psicotrópico pertencente à classe química dos derivados do benzisoxazol
(antipsicótico neuroléptico atípico). É um antagonista dopaminérgico D2 de
ação central com atividade antagonista 5-HT2A serotoninérgica predominante.
A paliperidona também é ativa como antagonista nos receptores alfa-1 e alfa 2-adrenérgicos e nos receptores histaminérgicos H1. O mecanismo de ação da
paliperidona, como ocorre com outros medicamentos eficazes contra a
esquizofrenia e transtorno esquizoafetivo, é desconhecido.
Possui indicação de bula para o tratamento da esquizofrenia, incluindo
tratamento agudo e prevenção de recorrência, em adultos e adolescentes de
12 a 17 anos de idade; e para o tratamento de transtorno esquizoafetivo em
monoterapia e como um adjuvante aos estabilizadores de humor e
antidepressivos.
É um antipsicótico injetável de depósito para uso mensal através de
injeções intramusculares, útil para pacientes que não aderem ao tratamento
oral ou se recusam a fazer o tratamento psiquiátrico. É um antipsicótico com
boa tolerabilidade e eficácia, tendo como vantagem em relação aos demais
antipsicóticos de longa duração (Como ex.: Decanoato de Haloperidol e
Enantato de Flufenazina – disponíveis na rede pública) o fato de causar menos
efeitos colaterais extrapiramidais (de impregnação).
Quando é baixa a adesão regular à medicação via oral, recomenda-se a
mudança para antipsicótico de ação prolongada intramuscular, alternativa mais
segura e eficaz para manter a estabilidade clínica e prevenir recaídas.
A análise das evidências científicas disponíveis quanto aos diferentes
tratamentos farmacológicos para esquizofrenia, demonstra não haver
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diferença de eficácia entre eles, todos os antipsicóticos, com exceção da
clozapina, podem ser utilizados no tratamento, sem ordem de preferência.
Conforme os elementos técnicos apresentados, devido a baixa
aderência aos outros fármacos, a autora evoluiu com benefício individual com
o uso específico do fármaco requerido. Consta que as alternativas
farmacológicas regularmente disponíveis na rede pública e previamente
utilizadas, não se configuraram como alternativas terapêuticas para a
continuidade do tratamento farmacológico da autora a longo prazo, devido à
presença de efeitos colaterais limitantes e dificuldade de aderência ao
tratamento, mesmo a alternativa injetável.