NT 2021.0002568 Constipação na infância PEG - NATJUS TJMG
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Data
2021-12-20
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Resumo
trata-se de criança de 7 anos constipação intestinal crônica
funcional grave e com escape fecal. Segundo a genitora, a criança
defeca pelo ânus e pela vagina, devido a fístula vaginal, o que tem
gerado grande constrangimento à infante. Aguardando consulta
proctológica, para avaliação do quadro e fechamento da fístula. Uso de
supositório e PEG 4000, o qual necessita do uso crônico, para evitar a
repercussão na auto-estima e desenvolvimento da criança e piora
gradativa da constipação com possibilidade, até, de uso de colostomia
na vida adulta. A medicação alternativa, lactulona e leite de magnésia,
chegariam a doses muito altas, o que geraria intolerância pela criança.
A constipação intestinal é uma doença crônica de causa não bem
estabelecida participando de sua patogênese combinação entre
anormalidade de motilidade por alterações motoras e mioelétricas,
hipersensibilidade visceral a dor e distensão, infecção intestinal com
supercrescimento bacteriano e anormalidade psicológicas. Seu tratamento
é prolongado, multifatorial, dividido em várias etapas não consecutivas
e que depende da idade da criança, de fatores desencadeantes
dietéticos ou comportamentais e da cronicidade dos sintomas. Baseiase no conceito de retreinamento intestinal. Em sua abordagem, deve
incluir orientações quanto às medidas comportamentais, aumento da
ingestão de fibras e de líquidos e uso de medicamentos laxativos,
geralmente por tempo prolongado. A opção de medicamentos é restrita
e há problemas, principalmente em crianças, com os efeitos adversos e a
dificuldade de aceitação com seu uso prolongado de laxativos.
O PEG é um laxativo osmótico, não disponível no SUS, utilizado
para o tratamento da constipação. No SUS os laxativos disponíveis são:
glicerol supositório, lactulose na forma de xarope e sulfato de magnésio
na forma de pó para solução oral. Não há estudos de elevada evidência
científica que possibilitem atribuir ao PEG, superioridade terapêutica
em relação aos medicamentos disponíveis no SUS. disponível é frágil, com estudos metodologicamente deficientes, o que não
permite uma conclusão sobre sua eficácia. Os estudos revelam que a
eficácia e segurança entre os diversos laxativos se equivalem,
sobretudo quando indicado seu uso a longo prazo. É plausível que,
diante da maior chance de aceitação por parte das crianças, devido ao
seu sabor mais palatável, o PEG permita maior adesão ao tratamento.
Não foram identificados elementos técnicos indicativos de
imprescindibilidade de fornecimento da terapêutica pleiteada em
detrimento às opções terapêuticas disponíveis no SUS. Não foram
identificados elementos de contra indicação absoluta ao uso das
medidas farmacológicas disponíveis na rede pública e tão pouco se as
drogas disponíveis no SUS, como óleo mineral, hidróxido de magnésio
ou lactulona.
Descrição
Palavras-chave
Polietilenoglicol, Constipação intestinal crônica