NT 2023.0004006 GIST Imatinibe NATJUS TJMG

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2023-11-23
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Resumo
O GIST é um tumor mesenquimal do sistema digestivo, originário das células intersticiais de Cajal do plexos mioentéricos. Pode ocorrer em qualquer ponto do sistema digestivo, sendo mais frequente no estômago em 60% dos pacientes, seguido pelo intestino delgado em 30% dos casos. Aproximadamente 85-90% dos tumores apresentam mutação do receptor KIT. Seu diagnóstico na maioria das vezes se faz de modo incidental durante estudos de imagem ou endoscópico ou mais raramente devido a sinais de sangramentos, dor ou obstrução do trato gastrointestinal em indivíduos entre 40 e 50 anos de idade. A maioria dos GIST tem potencial de malignidade e o risco de metástases aumenta nas lesões maiores que 2 cm, não gástricas e com índices de mitoses maior que 5 por 50 campos de grande aumento, sendo difícil prever quais as lesões são malignas e quais são benignas antes de sua ressecção. O tratamento cirúrgico do GIST localizado é o padrão-ouro da terapêutica e indicado para lesões de 2 ou mais cm de tamanho, lesões sintomáticas ou com bordas endurecidas e ecos não homogêneas à ecoendoscopia. Mesmo com a ressecção cirúrgica completa o índice de recorrência da doença é de 50% em 5 anos. Assim a terapia adjuvante com inibidor de tirosinakinase, o Imatinibe, capaz de retardar a recorrência e prolongar a sobrevida, é indicada para todos os pacientes de risco de recorrência por um período de pelo menos 1 ano. O Imatinibe como terapia neoadjuvante deve ser considerado nos pacientes com doença localizada com risco cirúrgico elevado devido a comorbidades, localização e tamanho do tumor. Os locais mais comuns de metástase são o fígado e peritôneo. Os GIST metastáticos sem indicação cirúrgica são agressivos e apresentam prognóstico ruim. Nesta situação até 85% dos caso podem apresentar controle da doença com Imatinibe e sobrevida de média de quase 5 anos. O medicamento Imatinibe está listado no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da ANS para o tratamento do GIST irressecável ou metastático e como tratamento adjuvante de casos ressecados de alto risco, como no caso em tela. No SUS o PCDT em Oncologia e do Estroma Gastrointestinal recomenda o uso do Imatinibe, em pacientes com GIST
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