NT 2024.0005081 Ca de prostata Enzalutamida - NATJUS TJMG
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Data
2024-04-08
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Resumo
A Enzalutamida, aprovada pela ANVISA, é indicado na bula no
tratamento de mCRPC em adultos que são assintomáticos ou
ligeiramente sintomáticos após falha de terapia de privação
androgênica e naqueles que tenham recebido terapia com docetaxel,
sendo tratamento paliativo. Em revisão sistemática com comparação
indireta e dois ensaios clínicos randomizados de fase III que compararam
enzalutamida com abiraterona ou placebo para o tratamento do mCRPC, os
resultados da revisão sistemática, demonstraram benefícios semelhantes
na sobrevida global dos pacientes antes e após a quimioterapia da
abiraterona e enzalutamida. A enzalutamida foi melhor para os
desfechos secundários, incluindo o tempo para a progressão do PSA,
sobrevida livre de progressão radiográfica, taxa de resposta do PSA, tempo
para a piora da qualidade de vida e tempo para o início da quimioterapia.
Entretanto, não há evidências suficientes para fazer recomendações
sobre a eficácia clínica e econômica do uso sequencial de enzalutamida
e abiraterona, sendo necessário estudos de comparação direta para
confirmar os resultados e demonstrar seus benefícios e riscos em
comparação com medicamentos utilizados para o tratamento do
mCRPC, que incluem a abiraterona recomendada no SUS pela CONITEC.
Assim não há constatação de benefício direto do seu uso, em relação a
abiraterona disponível no SUS. Vale ressaltar que esta droga foi
recomendada por diversas diretrizes de conduta para o tratamento do
câncer de próstata e incorporada ao sistema público de saúde do
Canadá e na Inglaterra, desde que a relação custo-eficácia fosse
melhorada pelo fabricante a um nível aceitável. A droga mostrou
aumentar a sobrevida mediana de 13,4 para 18,6 meses e melhorar a
qualidade de vida em estudo que incluiu pacientes com perfil
semelhante ao do paciente ou seja pós castração. Existe evidência de
boa qualidade metodológica demonstrando que a enzalutamida
prolonga a sobrevida livre de metástases em cerca de 12 meses, em
comparação com placebo. Contudo, o medicamento apresenta um
custo excessivo e seu impacto orçamentário, mesmo em uma decisão
isolada, é elevado. Ademais, para o caso em tela, a despeito do relato do
médico assistente referir a benefício clínico e queda do PSA, a curva do
PSA encaminhada, demonstra aumento expressivo do PSA nos 6 meses
após o início da enzalutamida (de 6,99 em 01/2017 para 19,84 em
06/2017), demonstrando seu pouco benefício.