NT 2024.0005165 Yescarta - Linfoma Não Hodgkin - NATJUS TJMG
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Data
2024-03-01
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Resumo
A presença de doença mal controlada que requer terapia ponte,
de marcadores de proliferação celular ou de inflamação elevados (como
lactato desidrogenase - DHL, ferritina e proteína C reativa), de alta carga
tumoral com envolvimento extranodal extenso, ou grande volume tumoral
metabólico, impacta negativamente os resultados do tratamento com
células CAR-T nos Linfomas não Hodgkin B.
Critério importante para seleção de pacientes candidatos à terapia
CAR-T, é que o paciente deve apresentar capacidade de tolerar a terapia de
condicionamento antes da infusão das células CAR-T. A paciente teve
indicação de iniciar terapia ponte, com orientação de reavaliação da
carga tumoral, em virtude do elevado risco de SLC, e devido ao fato da
doença estar em atividade, faz-se necessário avaliar o risco-benefício da
interrupção da terapia ponte que fora indicada.
Considerando a tendência personalizada no tratamento das
neoplasias, é importante considerar que os eventos adversos com o uso do
axicabtagene ciloleucel foram comuns, com todos os pacientes do estudo
ZUMA-1 apresentando pelo menos um evento adverso, sendo a Síndrome
de Liberação de Citocinas (SLC), atoxicidade neurológica e a aplasia de
células B os eventos mais graves.
A paciente em tela apresenta alto risco para a ocorrência desses
eventos adversos graves (comorbidades e persistência de citopenia).
Função cardíaca adequada, é um importante critério de elegibilidade. A
paciente apresenta diagnóstico de fibrilação atrial em anticoagulação e
insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida, tais fatores falam
contrariamente a elegibilidade.
Os reais benefícios / resultados esperados da terapia CAR-T com o
uso de axicabtagene ciloleucel para o linfoma difuso de grandes células B ainda são incertos e dependentes de seleção criteriosa / adequada, devido
à imaturidade das evidências disponíveis. Além do fato de que os estudos
têm um número limitado de pacientes, o que pode afetar a precisão dos
resultados do tratamento de pacientes com neoplasias hematológicas
recidivantes ou refratárias.
Portanto, ainda é necessário um acompanhamento a longo prazo, com
dados comparativos e experiência clínica para compreender completamente
o perfil risco-benefício-custo do axicabtagene ciloleucel, e o seu lugar na
terapia paliativa do linfoma difuso recidivado/refratário de grandes células B.