NT 2025.0007541 Ca de prostata Enzalutamida - NATJUS TJMG
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Data
2025-04-07
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Resumo
O câncer de próstata em 75% dos casos ocorrem a partir dos 65
anos. Seu diagnóstico pode ser feito por meio da investigação, com
exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos.
O tratamento do câncer de próstata é feito por meio de uma ou de
várias modalidades/técnicas de tratamento, que podem ser combinadas
ou não. A escolha do melhor tratamento é feita individualmente, por
médico especializado, após definir quais os riscos, benefícios e
melhores resultados para cada paciente, conforme estágio da doença e
condições clínicas do paciente. O estadiamento do tumor de próstata
para definição do estágio da doença da UICC, no qual são utilizados os
critérios TNM (tumor, linfonodo e metástases) e a graduação
histopatológica com o escore de Gleason, ajuda na definição do
tratamento e do prognóstico. A cirurgia é a principal opção terapêutica,
principalmente na doença localizada. Para doença localmente avançada,
radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal
(castração) têm sido utilizados. Naqueles mCRPC as opções
terapêuticas disponíveis segundo as Diretrizes de Prática Clínica em
Oncologia da NCCN são: docetaxel com prednisona; abiraterona com
prednisona; enzalutamida. Na doença metastática o tratamento mais
indicado é a terapia hormonal de castração. Nos casos de mCRPC as
opções terapêuticas disponíveis são: metástase óssea: Docetaxel;
Abiraterona; Enzalutamida; Radium-223; Cabazitaxel; Sipuleucel-T;
quimioterapia alternativa; outras terapias hormonais secundárias e melhor
cuidado de suporte. A abiraterona, enzalutamida, cabazitaxel, são
consideradas como opção de segunda linha na falha do docetaxel. A
abiraterona e a enzalutamida apresentam benefício na sobrevida global
e na livre de progressão radiográfica e qualidade de vida. A NCCN,
ESMO e II Consenso Brasileiro sobre Tratamento do Câncer de Próstata
Avançado, consideram que na indisponibilidade desses agentes, outras
opções terapêuticas são consideradas, como a reexposição a
docetaxel, quimioterapia com mitoxantro ciclofosfamida ou outras
manipulações hormonais secundárias.
A Enzalutamida, um inibidor oral do receptor de andrógeno, está
aprovada pela ANVISA, com indicação na bula no tratamento de mCRPC
em adultos que são assintomáticos ou ligeiramente sintomáticos após
falha de terapia de privação androgênica e naqueles que tenham
recebido terapia com docetaxel, sendo tratamento paliativo. Em revisão
sistemática com comparação indireta e dois ensaios clínicos randomizados
de fase III que compararam enzalutamida com abiraterona ou placebo para o
tratamento do mCRPC, os resultados da revisão sistemática, demonstraram
benefícios semelhantes na sobrevida global dos pacientes antes e após
a quimioterapia da abiraterona e enzalutamida. A enzalutamida foi
melhor para os desfechos secundários, incluindo o tempo para a
progressão do PSA, sobrevida livre de progressão radiográfica, taxa de
resposta do PSA, tempo para a piora da qualidade de vida e tempo para o
início da quimioterapia. Entretanto, não há evidências suficientes para
fazer recomendações sobre a eficácia clínica e econômica do uso
sequencial de enzalutamida e abiraterona, sendo necessário estudos de
comparação direta para confirmar os resultados e demonstrar seus
benefícios e riscos em comparação com medicamentos utilizados para
o tratamento do mCRPC, que incluem a abiraterona recomendada no SUS
pela CONITEC. Assim não há constatação de benefício direto do seu uso,
em relação a abiraterona disponível no SUS utilizada por este paciente.
Vale ressaltar que esta droga foi recomendada por diversas diretrizes de
conduta para o tratamento do câncer de próstata e incorporada ao
sistema público de saúde do Canadá e na Inglaterra, desde que a relação
custo-eficácia fosse melhorada pelo fabricante a um nível aceitável. A
droga mostrou aumentar a sobrevida mediana de 13,4 para 18,6 meses
e melhorar a qualidade de vida em estudo que incluiu pacientes pós
castração. Existe evidência de boa qualidade metodológica
demonstrando que a enzalutamida prolonga a sobrevida livre de
metástases em cerca de 12 meses, em comparação com placebo.
Contudo, não é curativa e o aumento de sobrevida como já citado é
pouco expressivo de 5,2 meses e da sobrevida livre de metástase de
apenas 12 meses.