NT 5083 TEA, TDHA Terapia ABA, risperidona, Venvanse - NATJUS TJMG
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Data
2024-04-08
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Resumo
Até o momento, os medicamentos disponíveis para o tratamento do
TEA são voltados à redução dos sintomas associados à condição e deve
ser considerado um complemento as terapias não medicamentosas e
não a única ou principal estratégia de cuidado. O balanço de riscos e
benefícios do tratamento farmacológico deve ser considerado e
discutido com o indivíduo, pais ou responsáveis, para que a decisão sobre
a melhor estratégia terapêutica seja compartilhada. No comportamento
agressivo (autoagressão ou agressão a outras pessoas), os antipsicóticos
demonstram benefício quando houver baixa resposta ou não adesão às
intervenções não-farmacológicas. Entre os antipsicóticos, as diretrizes
clínicas internacionais recomendam o uso de risperidona ou aripiprazol
como opção terapêutica sem que um medicamento seja considerado
mais adequado, efetivo ou seguro. A risperidona está incluída no SUS e
descrita para uso no PCDT do TEA.
O LDX, Venvanse®, é um pró‐fármaco e necessita de uma
transformação enzimática no organismo para liberar a droga ativa, a
dexanfetamina. O seu mecanismo de ação caracteriza‐se pelo bloqueio
da recaptação da dopamina e pelo aumento da liberação de dopamina e
noradrenalina, estimulando o SNC e favorecendo o aumento da atenção
e a diminuição da impulsividade e da hiperatividade em pacientes com
TDAH. Conforme bula de registro na ANVISA está indicado para o
tratamento do TDAH e deve ser usada como parte integrante de um
programa total de tratamento, que pode incluir outras medidas
(psicológicas, educacionais e sociais) para pacientes com este transtorno.
Os eventos adversos mais comumente relatados em crianças,
adolescentes e adultos foram a diminuição do apetite e insônia, sendo de
gravidade leve a moderada. Devido aos efeitos simpaticomiméticos podem
ocorrer pequenas elevações na pressão arterial e na frequência de pulso
dos pacientes, o que indica a necessidade de acompanhamento regular dos
pacientes. Além disso, LDX não deve ser utilizada em pacientes com
sérios problemas cardíacos. Não está listada na Relação Nacional de
Medicamentos Essenciais (RENAME), e não é a medicação de melhor
custo-efetividade para o tratamento desse transtorno, não sendo,
portanto, dispensada pelo SUS. A Aliança Canadense de Pesquisa do
TDAH, considera os agentes estimulantes do SNC, dentre os quais estão o
MPH, o LDX e o sal misto de anfetamina como de primeira linha. Revisão
da literatura em relação as MPH e LXD mostraram que há maior risco de
eventos adversos gerais com a LDX, porém, quanto à eficácia, as
evidências disponíveis sugeriram que os dois medicamentos não
apresentam diferenças significativas. Cabe ressaltar, entretanto, que a
qualidade geral das evidências foi considerada baixa para o desfecho de
melhora clínica e muito baixa para eventos adversos gerais. Assim concluiu
que são necessários estudos mais bem desenhados e com duração maiores
para se compreender os efeitos reais das anfetaminas no tratamento do
TDAH. A Conitec recomendou a não incorporação no SUS do MPH e da
LDX para o tratamento do TDAH. Como a análise não apontou diferença
significativa entre as duas substâncias em termos de melhora clínica,
optou-se por considerar apenas a dimensão econômica para
estabelecer a opção mais vantajosa para o SUS. A recomendação do
Plenário considerou o elevado aporte de recursos financeiros apontado na
análise de impacto orçamentário bem como a baixa/muito baixa qualidade
das evidências científicas relacionadas à eficácia e a segurança dos
medicamentos em questão. Entretanto alguns Estados e Municípios, como
Belo Horizonte e Ipatinga dispensam o MPH, conforme protocolos
específicos.
No SUS o PCDT para orientar o diagnóstico e tratamento do TDAH
recomenda TCC e medicamentos, mas não recomenda a LDX ou MPH.
Quanto às alternativas integrantes da RENAME 2022 e disponíveis no
SUS, estão disponíveis antidepressivos tricíclicos, especialmente a
nortriptilina e a amitriptilina e antipsicóticos como a risperidona.
Estudos controlados confirmam a superioridade de antidepressivos
tricíclicos, especialmente a desipramina e em menor grau, a imipramina,
a nortriptilina e a amitriptilina no tratamento do TDAH, apesar de sua
eficácia ser inferior àquela observada com as medicações de primeira
linha. No TDHA antipsicóticos como a risperidona são úteis somente em
casos específicos para controle do comportamento, especialmente
quando há retardo mental.